Novo clipe de Ana Cañas tem participação de mulheres negras, periféricas, indígenas e imigrantes
“Respeita” é o nome do mais novo single da cantora Ana Canãs, lançado no último dia 13 de maio, no Centro Cultural São Paulo (CCSP). O clipe, dirigido por Isadora Brant e João Wainer, envolveu 86 mulheres, de São Paulo e Rio de Janeiro, que lutam pelos direitos femininos em diversas frentes no Brasil. Gravado […]
Por Redação
17|05|2017
Alterado em 17|05|2017
“Respeita” é o nome do mais novo single da cantora Ana Canãs, lançado no último dia 13 de maio, no Centro Cultural São Paulo (CCSP). O clipe, dirigido por Isadora Brant e João Wainer, envolveu 86 mulheres, de São Paulo e Rio de Janeiro, que lutam pelos direitos femininos em diversas frentes no Brasil.
Jobana Moya, boliviana da Base Warmis e Jéssica Moreira, do Nós, mulheres da periferia
Gravado em preto e branco, o clipe traz retratos das mulheres abrindo os olhos após imaginarem situações de agressão que já haviam vivenciado. A letra é um verdadeiro grito de resistência contra todo o machismo sofrido por mulheres diariamente.
Além de nomes já conhecidos do grande público, como Elza Soares e Andréia Horta, o vídeo trouxe também mulheres ligadas diretamente aos movimentos sociais que lutam por direitos básicos das mulheres negras, periféricas, imigrantes e indígenas. Estão no vídeo Carmen Ferreira, da Frente de Luta por Moradia (FLM), a cacique da Aldeia do Jaraguá (Tekoa Pyau), Márcia Djera Mirim, uma das representantes da Base Warmis Convergência das Culturas, a boliviana Jobana Moya e Jéssica Moreira, uma das co-fundadoras do Nós, mulheres da periferia.
Jéssica Moreira, moradora de Perus, uma das co-fundadoras do coletivo Nós, mulheres da periferia
“Participar do clipe foi também gritar os assédios que todos os dias pairam em nossos corpos e, muitas vezes, não conseguimos reagir. É encontrar eco no grito de outras mulheres e fortalecer a luta pelo fim da violência sexual, que mata fisicamente e psicologicamente, todos os dias. A questão se intensifica ainda mais quando falamos sobre nós, negras, já que nossos corpos sempre foram tidos como a carne mais barata do mercado. Gritar essa dor é, de algum modo, gritar as dores de nossas ancestrais e nos fortalecermos para que isso realmente se acabe em nossa sociedade”, apontou Jéssica.
Jobana Moya, imigrante boliviana, uma das integrantes da Base Warmis Convergência das Culturas
“Violência
Por todo mundo
A todo minuto
Por todas nós
Por essa voz
Que só quer paz
Por todo luto
Nunca é demais
Desrespeitada
Ignorada
Assediada
Explorada
Mutilada
Destratada
Reprimida
Explorada
Mas a luz
Não se apaga
Digo o que sinto
Ninguém me cala”
Márcia Djera Mirim, cacique da Aldeia do Jaraguá