8 dicas do Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos

O documento do Ministério da Saúde traz recomendações sobre aleitamento materno e introdução alimentar

Por Beatriz de Oliveira

20|08|2025

Alterado em 20|08|2025

Recomendações sobre aleitamento materno e introdução alimentar estão presentes no Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos, documento do Ministério da Saúde alinhado ao Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado em 2014. Na versão completa e resumida estão presentes informações sobre alimentação saudável para os dois primeiros anos de vida. 

O guia destaca que “a alimentação tem papel fundamental em todas as etapas da vida, especialmente nos primeiros anos, que são decisivos para o crescimento e desenvolvimento, para a formação de hábitos e para a manutenção da saúde”.

Neste texto, reunimos oito dicas sobre alimentação para crianças com menos de dois anos que estão indicadas no guia. Confira!

Apenas leite materno até os seis meses 

O bebê deve ser alimentado exclusivamente por leite materno até os seis meses de vida. Nesse período, não deve ser oferecido nenhum outro tipo de alimento, mesmo que sejam líquidos, como água, água de coco, chá, suco ou outros leites. O guia explica que mesmo em regiões secas e quentes, não é necessário oferecer água às crianças alimentadas somente com leite materno, pois ele possui toda a água necessária para a hidratação nesse período. Após os seis meses de vida, a amamentação deve ser conciliada com outros tipos de alimento e seguir até os dois anos ou mais.

Na introdução alimentar, inserir a comida amassada e picada em pedacinhos 

A partir dos seis meses de idade, os responsáveis podem oferecer às crianças alimentos in natura ou minimamente processados, priorizando a diversidade de cores, sabores, texturas e cheiros. No início, deve-se amassar a comida com um garfo. Depois, oferecer alimentos picados em pedaços pequenos, raspados ou desfiados, para que a criança aprenda a mastigá-los. Não é recomendada a oferta de refeições líquidas, (como sopas, sucos e caldos) ou batidas no liquidificador, pois a criança terá dificuldade em aceitar alimentos mais sólidos no futuro, podendo apresentar engasgo e ânsia de vômito.

Nada de açúcar! 

Até os dois primeiros anos de vida, a criança não deve consumir alimentos e bebidas com açúcar, seja ele, branco, mascavo, cristal, demerara, açúcar de coco, xarope de milho, mel, melado ou rapadura. O guia argumenta que o consumo de açúcar aumenta a chance de ganho excessivo de peso e de ocorrência de outras doenças, como diabetes, hipertensão e câncer, e pode provocar cárie e placa bacteriana entre os dentes. Além disso, se a criança for acostumada com preparações açucaradas, poderá ter dificuldade em aceitar verduras, legumes e outros alimentos saudáveis.

Diversidade na alimentação 

Diversificar a alimentação contribui para uma vida saudável. Recomenda-se, sempre que possível, oferecer no almoço e jantar um alimento de cada grupo: feijões; cereais ou raízes ou tubérculos; carnes ou ovos; legumes e verduras. No caso de legumes e verduras, pode-se colocar mais de um alimento desse grupo. Além disso, é importante colocar os alimentos separados no prato, para que a criança explore os diferentes gostos e texturas.

Recorte do Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos

Sem distrações na hora de comer

No momento das refeições é importante incentivar a criança a apreciar a alimentação. Para isso, vale elogiar a comida e comer junto, além de evitar distrações, como televisão e celular. Quando a criança come utilizando distrações, ela come de forma automática, sem prestar atenção ao alimento e, muitas vezes, pode comer em excesso.

Além disso, no momento de comer é recomendado incentivar a criança a usar as mãos para pegar a colher, mesmo que o faça de forma desajeitada, e tocar os alimentos para sentir as diferentes texturas.

Paciência e persistência

A quantidade oferecida para as crianças deve aumentar gradativamente com o tempo. Na introdução alimentar, é necessário paciência, pois quando a criança começa a comer outros alimentos, costuma aceitar pouca quantidade, mas não há problema, afinal o leite materno ainda é o principal alimento nessa fase. Vale colocar uma pequena quantidade de cada alimento no prato e observar a aceitação da criança, respeitando seus sinais de fome e saciedade.

Nessa fase também é preciso persistência: a criança pode gostar do alimento na primeira vez que o experimenta ou pode precisar provar o alimento várias vezes até se familiarizar com ele. Recomenda-se esperar alguns dias para oferecer o alimento novamente ou prepará-lo de formas diferentes. O guia alimentar explica que algumas crianças precisam provar um alimento mais de oito vezes para gostar dele. 

Recorte do Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos

Recorte do Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos

Melhor oferecer água em vez de suco

Para saciar a sede da criança com mais de seis meses, a melhor opção é oferecer água ao invés de sucos naturais, água de coco, ou bebidas industrializadas. Essas bebidas poderem conter açúcar, sódio e aditivos químicos. Além disso, essa prática acaba habituando a criança a matar a sede apenas com bebidas açucaradas ou saborizadas e aumenta a chance de apresentar excesso de peso, cárie e diabetes.

Família saudável, criança saudável 

A alimentação da criança pode ser a mesma da família, caso seja saudável. Isso facilita o dia a dia e faz a criança se acostumar com a alimentação da família. Em alguns casos, basta modificar a consistência, amassando com garfo ou cortando pedaços menores ou desfiando bem, para o caso das carnes. Recomenda-se que as refeições sejam preparadas com óleo vegetal, em pequena quantidade, pouco sal e temperos naturais, como cebola, alho, salsa e coentro.