
Dicas da Semana: 7 lançamentos de mulheres artistas para você conhecer
As indicações reúnem obras de cantoras, escritoras, artista visual, cineasta e festival de arte
Por Beatriz de Oliveira
08|08|2025
Alterado em 08|08|2025
Seja em forma de livro, filme, música, teatro, dança ou pintura, artistas brasileiras têm se movimentado cotidianamente para se expressar ao mundo. Nesse Dicas da Semana, reunimos indicações de mulheres que estão lançando suas artes.
Confira!
Chai Odisseiana lança o EP “Ela Vem DeLá”

A poeta e MC Chai Odisseiana, de Franco da Rocha (SP)
©divulgação
A poeta e MC Chai Odisseiana, de Franco da Rocha (SP), está prestes a lançar o seu primeiro EP. Intitulada de “Ela Vem DeLá”, a obra resgata raízes e ecoa a força das mulheres negras periféricas. “Esse EP é minha reza, meu grito e minha entrega. É sobre mim, mas é sobre todas nós. Ela vem de lá — e chega agora, acesa, inteira”, diz a artista, que tem uma trajetória de 17 anos no movimento Hip Hop, com trabalhos que cruzam música, literatura, produção cultural e arte-educação.
A direção e produção musical é de Isaque Mendes, sob o selo independente Barroca Beat. O pré-lançamento do EP ocorrerá no dia 23 de agosto, no Centro Cultural Newton Gomes de Sá, em Franco da Rocha (SP), com início às 18h. A obra deve entrar nos streamings em setembro.
Daisy Serena lança livro “escolher falar de amor não cessará nenhuma bomba”

Daisy Serena é fotógrafa e escritora
©Sérgio Silva
O livro “escolher falar de amor não cessará nenhuma bomba” é o mais novo trabalho da fotógrafa e escritora Daisy Serena. A obra entrelaça poesia, vivência e política, e vem acompanhada de um álbum-visual. Com delicadeza, a artista busca abordar temas como o banzo histórico da escravidão e o banzo íntimo de não conhecer sua mãe biológica; a complexidade de criar um filho branco sendo uma mulher negra; o lugar de marginalização que os afetos impõem às mulheres negras.
“Quando escolho falar de amor, não espero promover nenhuma mudança. Apenas, sobreviver”, aborda o verso que inspira o título do livro. O lançamento ocorrerá no dia 23 de agosto, às 17h, na Livraria Megafauna, no centro de São Paulo (SP). A ocasião contará com uma roda de conversa com a presença da cantora e compositora Tatiana Nascimento e do músico e historiador Salloma Salomão.
Monique dos Anjos publica livro “Nós entre três”

Monique dos Anjos é jornalista, escritora e consultora em diversidade
©divulgação
“Nós entre três” é o primeiro livro da jornalista, escritora e consultora em diversidade Monique dos Anjos. A obra traz a literatura erótica decolonial centrada em desejo, corpo e subjetividade. São 14 contos que encaram o desejo como um direito, e o corpo como território de subversão, fricção e memória.
“Escrevo porque preciso me ler. Porque durante tempo demais fomos reduzidas a corpos servis, objetos ou ausências. Quero escrever sobre cheiro, sobre suor, sobre o que acontece depois da primeira transa. Quero escrever sobre mulheres como eu”, afirma. O livro foi lançado durante a 23ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).
Mia Badgyal e Lua de Santana cantam juntas em “SEM FREIO”

Mia Badgyal é uma multiartista travesti da periferia da zona leste de São Paulo (SP)
©Foto: Mateus Aguiar / @mateusaguiar
A cantora Mia Badgyal se junta à artista Lua de Santana em seu mais novo single “SEM FREIO”. Mia é uma multiartista travesti da periferia da zona leste de São Paulo (SP) e tem ocupado espaço sólido no underground brasileiro. Também é estilista e trabalhou com estrelas como a Ebony e Irmãs de Pau.
“‘SEM FREIO’, assim como as outras músicas já lançadas, vem pra mostrar a todos que acompanham o meu trabalho o quanto minha música evoluiu e tem se tornado cada vez mais potente”, afirma a artista sobre a música lançada no 7 de agosto.
Kelly S. Reis é responsável pela exposição de arte “Pagã”

A artista visual Kelly S. Reis é responsável pela mostra “Pagã”
©reprodução Instagram
A artista visual Kelly S. Reis é responsável pela mostra “Pagã”, que propõe uma imersão sensível e poderosa nas espiritualidades afro-indígenas, com destaque para a relação entre mulheres, natureza e saberes ancestrais. Em cartaz no SESC Madureira, no Rio de Janeiro (RJ), até o dia 12 de outubro, a exposição conta com mais de 40 obras, entre pinturas, mural e esculturas em latas recicladas.
Com curadoria de Maria Luiza Menezes, produção de Letícia Souza e expografia de Karine Guerra, Pagã propõe ainda uma reflexão sobre o sincretismo presente no cotidiano religioso do Brasil. “O Brasil precisa reconhecer essa pluralidade. Não existe religião pura. Existe mistura, respeito e cruzamento de saberes. E isso é uma riqueza imensa que precisa ser valorizada”, afirma a artista.
Fernanda Faya dirige filme “Neirud”

O filme “Neirud”, de Fernanda Faya, chega aos cinemas brasileiros em 14 de agosto.
©divulgação
O filme “Neirud”, de Fernanda Faya, chega aos cinemas brasileiros em 14 de agosto. A obra conta a história real de uma mulher negra que, entre as décadas de 1960 e 1980, percorreu o Brasil como lutadora de luta livre em trupes circenses exclusivamente femininas.
O documentário parte de uma investigação pessoal da cineasta sobre uma figura enigmática de sua infância: uma tia negra que cresceu com sua família circense, mas cuja origem era cercada de silêncios. A partir da morte dessa mulher, Fernanda inicia uma jornada documental para reconstruir sua história, que é marcada por uma vivência lésbica silenciosa e uma intensa história de amor que atravessou décadas.
I Mostra Terreiro de Mulheres em Cena reúne artefeminismos

Entre os dias 14 e 24 de agosto de 2025, no bairro do Ipiranga, em São Paulo (SP), acontecerá o Terreiro de Mulheres em Cena – I Mostra Estadual de Artefeminismos
©Jessica Mangaba
Entre os dias 14 e 24 de agosto de 2025, no bairro do Ipiranga, em São Paulo (SP), acontecerá o Terreiro de Mulheres em Cena – I Mostra Estadual de Artefeminismos, a primeira mostra estadual dedicada exclusivamente à arte feita por mulheres. A programação reúne espetáculos e obras convidadas nas linguagens cênicas de teatro, dança, circo e performance.
O evento tem como compromisso dar visibilidade às identidades dissidentes e combater o racismo, através de uma seleção de trabalhos que dialogam com memória, territórios performáticos e transformação social. A idealização é da atriz Juliana Pardo, da Cia. Mundu Rodá, e a curadoria é assinada também por Helena Vieira, escritora e transfeminista; Renata Lemes, pesquisadora em cena e gênero.