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Blocos de Carnaval de SP reivindicam gabinete de crise climática
Carta direcionada à prefeitura pede por medidas de prevenção em casos de altas temperaturas e chuvas torrenciais durante o Carnaval
Por Beatriz de Oliveira
05|02|2025
Alterado em 05|02|2025
Organizações voltadas à questão climática e blocos de Carnaval de São Paulo (SP) assinaram uma carta direcionada à prefeitura da cidade, demandando ações para minimizar possíveis problemas com os eventos climáticos extremos durante os dias de festa. O texto, elaborado pelo movimento As Águas Vão Rolar, pede por distribuição de água gratuita, redução do lixo e criação de um gabinete de crise climática.
O documento destaca que há possibilidade de chuvas torrenciais e altas temperaturas durante os meses de fevereiro e março e que a prefeitura deve tomar ações de prevenção para além das medidas emergenciais — como as previstas na Operação Altas Temperaturas, acionada quando a temperatura e sensação térmica passa de 32°C.
“Diante dos cenários de intensidade e frequência dos eventos extremos, esta carta tem o objetivo de alertar o poder público municipal de São Paulo a necessidade de incorporar medidas preventivas e de redução de riscos durante eventos ou atividades culturais de qualquer natureza, amplitude e extensão, onde haja aglomeração de pessoas, como festivais, bailes, ensaios, festas de rua, datas comemorativas, especialmente nos blocos carnavalescos”, diz o texto.
A carta elenca seis demandas para a prefeitura, incluindo pontos de acesso ou distribuição gratuita de água potável e a venda de água pela empresa patrocinadora do Carnaval por um preço mais barato e acessível em comparação à venda de bebidas alcoólicas.
Outra demanda é a flexibilização de horários, concentração, desfile e dispersão dos blocos em caso de calor intenso ou chuvas fortes, bem como a possibilidade de adiamento da programação do Carnaval para os dias 15 e 16 de março em situações de calamidade.
O texto pede ainda a garantia de apoio em infraestrutura de banheiros e limpeza pública durante os blocos, destinação adequada dos resíduos gerados e responsabilização das empresas patrocinadoras. Por fim, há a demanda da criação de um gabinete de crise que monitore em tempo real as condições climáticas e responda rapidamente a emergências durante os dias de folia.
Mais de 70 blocos de Carnaval assinam a carta, dentre eles: Ilú Obá De Min, Bloco Feminista, Bloco Refloresta e Ritaleena. Além disso, associações da sociedade civil como Instituto Lamparina, Cozinha Ocupação Nove de Julho e Rede Vozes Negras pelo Clima também apoiam as reivindicações.
Neste ano, a capital paulista contará com 767 blocos e mais de 800 desfiles entre os dias 22 e 23 de fevereiro e 8 e 9 de março.