mulher de casaco

Além de Eunice Paiva: 5 mulheres que enfrentaram a ditadura 

Mulheres desenvolveram variadas formas de resistência durante o regime militar

Por Beatriz de Oliveira

31|01|2025

Alterado em 31|01|2025

Com três indicações ao Oscar, o filme Ainda Estou Aqui jogou luz sobre a trajetória de Eunice Paiva, símbolo da luta contra a ditadura militar e pelos direitos humanos dos desaparecidos durante o regime.

Segundo a plataforma Memórias da Ditadura, mulheres desenvolveram variadas formas de resistência ao período, incluindo clubes de mães, associações, comunidades eclesiais de base, em movimentos contra o custo de vida e por creches.

“Desafiando o papel feminino tradicional à época, participaram do movimento estudantil, partidos e sindicatos. Também pegaram em armas, ainda que em menor número que os homens, na tentativa de derrubar o regime militar e foram duramente reprimidas. E, em especial, foram elas que iniciaram o movimento pela anistia”, diz o site.

Partindo disso, o Nós, mulheres da periferia selecionou o nome de outras cinco mulheres que enfrentaram a ditadura militar para você conhecer.

Neusa Maria Pereira 

mulher negra de black power

Neusa Maria Pereira

©reprodução internet

A jornalista Neusa Maria Pereira atuou como redatora no jornal Versus, marco da imprensa alternativa durante a ditadura, após a publicação do artigo “Em defesa da dignidade das mulheres negras em uma sociedade racista”. Como ativista do movimento negro, foi uma das fundadoras do grupo de mulheres negras Fé Cega, Faca Amolada, que ao lado de outros coletivos participou do ato de fundação do Movimento Negro Unificado (MNU), realizado nas escadarias do Theatro Municipal em 1978.

Thereza Santos

mulher negra de colar

Thereza Santos

©reprodução internet

Thereza Santos foi atriz, escritora, teatróloga, sambista e ativista pelos direitos da população negra. Nascida no Rio de Janeiro e radicada em São Paulo, ficou conhecida nacionalmente por atuar na novela Mulheres de Areia, de 1973. Em razão de seu trabalho crítico à ditadura— contando com obras censuradas pelo regime  — e filiação ao Partido Comunista, Thereza passou a ser perseguida pela polícia e se exilou na África, passando por países como Angola e Guiné Bissau. 

Ana Dias

mulher de casaco

Ana Dias

©reprodução internet

Conhecida como Ana Dias, a paulista Ana Maria do Carmo Silva e seu marido Santo Dias militaram contra a ditadura militar. Na periferia da zona sul de São Paulo (SP), ela participava do Clube de Mães, grupo com base na igreja católica que deu origem ao Movimento do Custo de Vida, campanha popular que reivindicava a diminuição do custo de vida. Após o assassinado de seu companheiro em 1979, Ana passou a realizar anualmente atos públicos pela preservação da memória no contexto de luta dos trabalhadores e da resistência política.

Dinalva Oliveira Teixeira

foto em preto e branco de rosto de mulher

Dinalva Oliveira Teixeira

©reprodução internet

A geóloga baiana Dinalva Teixeira participou do movimento estudantil nos anos de 1967 e chegou a ser presa por isso. Já na década de 1970, integrou a Guerrilha do Araguaia, movimento de resistência armada na região amazônica criado pelo Partido Comunista do Brasil durante a ditadura militar. Lá, atuou como parteira e professora, além de ser a única mulher a alcançar o cargo de vice-comandante na guerrilha. Dinalva foi vítima de desaparecimento forçado durante a Operação Marajoara.

Edna Roland

mulher de colar vermelho

Edna Roland

©reprodução internet

Natural de Codó (MA), Edna Roland é psicóloga e uma das fundadoras do Geledés – Instituto da Mulher Negra. Durante a ditadura foi militante da Polop, organização marxista-leninista. Em razão de perseguições da polícia, ela e o marido precisaram se mudar de Minas Gerais para São Paulo, onde em 1982 Edna participou da fundação do Coletivo de Mulheres Negras de São Paulo.