Nos últimos anos, observou-se um notável crescimento no número de mulheres empreendedoras no Brasil, muitas delas movidas pelo desejo de conciliar suas responsabilidades familiares, em especial o cuidado com os filhos. Conforme a pesquisa “Mulheres Empreendedoras e seus Negócios“, realizada pela Rede Mulher Empreendedora em 2022, sete em cada 10 mulheres empreendedoras também são mães, sendo que 60% desse grupo se identificam como negras.

No entanto, a busca pelo sonho empreendedor não está isenta de desafios. A rotina dessas mulheres se desdobra entre a gestão do negócio, as obrigações familiares, os afazeres domésticos e, em meio a tudo isso, a necessidade de reservar um tempo para si próprias. Durante a pandemia de Covid-19, por exemplo, de acordo com a cartilha “Os Desafios das Mães Empreendedoras na Pandemia“, elaborada pela ONU Mulheres Brasil, 63% das mães empreendedoras enfrentaram um aumento significativo na carga de trabalho no ano de 2021.

Jéssica Cardoso, fundadora da InterPrêta, compartilha sua jornada de altos e baixos em conciliar o empreendedorismo com a maternidade. Ao receber sua primeira filha, Lara, Jéssica, que também atua como assistente social, deparou-se com a escassez de tempo para uma maternidade plena. “Eu a deixava cedo na creche e ela já estava dormindo quando eu chegava em casa. Quase não tinha contato com minha filha. É uma experiência dolorosa desejar cuidar e não poder”, relembra. Determinada a não repetir esse cenário com o nascimento de sua segunda filha, Zahara, Jéssica optou pelo empreendedorismo.

É uma experiência dolorosa desejar cuidar e não poder

Jéssica Cardoso, fundadora da InterPrêta

A InterPrêta, além de atender a uma demanda pessoal, nasceu com o propósito de promover oportunidades de emprego e renda para mães e mulheres negras, ao mesmo tempo em que proporciona acessibilidade à comunidade surda. Embora já transcorram dois anos desde o início da empreitada, os desafios de ser uma “eupreendedora” persistem. “Percebi o quão difícil é empreender; sou também professora e isso garante uma fonte de renda estável para minha família”, ressalta Jéssica.

Os números do estudo “Empreendedorismo Feminino 2022“, conduzido pelo Sebrae, mostram que nove em cada 10 mulheres administram seus empreendimentos individualmente, um grupo no qual Jéssica e a InterPrêta se enquadram. “Infelizmente, ainda não posso contar com ajuda. São muitas tarefas para uma pessoa só, mas creio que com o tempo seja possível”, confessa a empreendedora.

Apesar das adversidades, Jéssica percebe o impacto positivo de seu trabalho tanto na vida das mulheres que emprega quanto nas empresas que recebem seus serviços. “Empreender nunca é simples, porém me permite estar mais presente na vida das minhas filhas, e isso é de suma importância para mim”, declara com convicção. Com uma equipe composta por 30 intérpretes de libras, a InterPrêta, nas palavras de Jéssica, deixa sua marca, alimentando a esperança de influenciar inúmeras outras mulheres. “Este espaço tem um significado profundo para mim, especialmente por ser mulher negra. Toda essa trajetória impulsionou a InterPrêta a ocupar essa posição de destaque”, conclui, com um sorriso de determinação.

Serviço: Elaborado pela Aliança Empreendedora, o curso “Empreender Modo On” te ajuda a impulsionar o seu negócio de acordo com a sua realidade. Nele você vai poder aprender sobre gestão financeira, estratégias para melhorar o relacionamento com clientes, desenvolver habilidades empreendedoras e muito mais.

A formação é voltada para mulheres negras de São Paulo. As aulas acontecem online, são totalmente gratuitas e você recebe um certificado após a conclusão. A ação é uma iniciativa do Tamo Junta, um projeto desenvolvido pela Aliança Empreendedora e pela plataforma Tamo Junto.

Conteúdo produzido em parceria com a Aliança Empreendedora.