SP: Durante parto em hospital da zona sul bebê cai e bate a boca na lixeira
Mulheres em todo o mundo sofrem abusos, desrespeito e maus-tratos durante o parto nos hospitais. A violência obstétrica vai desde violência física, humilhação, abusos verbais, procedimentos médicos desnecessários, cuidado negligente durante o parto levando a complicações evitáveis e situações ameaçadoras e com consequências graves para a mãe e a criança. Confira o relato de Jessica […]
Por Cíntia Gomes
06|06|2015
Alterado em 06|06|2015
Mulheres em todo o mundo sofrem abusos, desrespeito e maus-tratos durante o parto nos hospitais. A violência obstétrica vai desde violência física, humilhação, abusos verbais, procedimentos médicos desnecessários, cuidado negligente durante o parto levando a complicações evitáveis e situações ameaçadoras e com consequências graves para a mãe e a criança. Confira o relato de Jessica Juliana Moreira, sobre a violência que sofreu durante o parto.
Jessica com a filha Ana Júlia, que hoje tem 6 anos | Crédito: arquivo pessoal
No dia 12 de abril de 2009 entrei em trabalho de parto e cheguei ao Hospital do M’ Boi Mirim, na zona sul de São Paulo, com quatro centímetros de dilatação. Porém, demorou muito para que me levassem para a sala de parto e quando deram conta, Ana Júlia já estava coroando.
Às pressas, a enfermeira me colocou na posição de parto e quando ela se virou para colocar as luvas, minha filha acabou nascendo e caiu batendo a boca na lixeira. A enfermeira não conseguiu segurá-la.
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Após isso, eu e minha menina ficamos internadas. Ana Julia, estava bem e estável, mas eu como perdi muito sangue, e como puxou meu útero e meu intestino para fora fiquei muito tempo desacordada, tive que fazer uma cirurgia.
Jessica grávida de sua segunda filha Manoella | Crédito: arquivo pessoal
O pior de tudo era que ainda não havia conhecido minha filha, só fui conhecê-la dois dias depois do seu nascimento. Para minha felicidade o cirurgião fez o possível para que não ficasse muito visível a marca da cirurgia na boca da pequena.
Quanto ao meu tratamento foi bom, eles estavam sempre no quarto vendo se estava tudo bem. Foi um parto que tinha tudo para ser o mais natural possível. Depois do ocorrido e pela repercussão que teve, fomos muito bem atendidas e tentaram fazer o melhor possível.
Hoje a Ana Júlia, tem 6 anos e estou grávida da minha segunda filha, que se chamará Manuella. Estamos ansiosos com sua chegada.
Jessica Juliana Moreira, tem 28 anos, nasceu e cresceu no Jardim Herculano, zona sul de São Paulo. Aos 21 anos, deu a luz a primeira filha e hoje mora em Taboão da Serra e trabalha como promotora de vendas.