Está no ar o segundo episódio da série “Cuidadoras Ancestrais – elos entre a cidade e a floresta pela justiça ambiental”, realizada pelo Nós, mulheres da periferia em parceria com a Rede Wayuri. A iniciativa tem o apoio do fundo Puentes, através do “Narremos La Utopia” que nos convida a imaginar futuros a partir da justiça ambiental.
Assim como no anterior, neste episódio vamos ouvir como duas mulheres, uma em São Paulo e outra no Amazonas, têm contribuído para a luta ambiental. Desta vez, o laço que as une é o cuidado com a terra.
Tia Nice, lidera o restaurante Organicamente Rango, na zona sul da cidade de São Paulo (SP), que tem a missão de ofertar comida orgânica e saudável para a periferia de forma acessível. Além de cozinhar, também mantém sítio, em que planta parte das verduras e legumes que prepara no restaurante.
“A minha relação com a comida é um artesanato. Eu penso no plantar, no colher e no cozinhar. Você vai ver um verde, um vermelho, um roxinho. Se torna uma colcha de retalhos, todo dia eu faço uma”, conta a chef.
Dona Jacinta, do povo tukano, vive em São Gabriel da Cachoeira (AM), é conhecedora da medicina tradicional. Aprendeu a curar doenças com plantas por meio de seu pai, um benzedor. Durante a pandemia de Covid-19, foi chamada a cuidar da imunidade de seu povo através de seus conhecimentos.
A liderança entende que sua atuação é uma forma de ativismo ambiental. “Como sou parte do povo indígena, mulher tukana, a nossa visão é de floresta em pé, curar com medicina tradicional e com benzedores, ter alimentação natural mesmo”, afirma