Como abandonei o sedentarismo
"Quando o mundo parecia que tinha parado, eu me coloquei em movimento". Confira o relato da jornalista Lívia Lima e seu caminho para a prática frequente de atividade física e abandono do sedentarismo.
Por Redação
14|12|2021
Alterado em 14|12|2021
Quando o mundo parecia que tinha parado, eu me coloquei em movimento. Foi assim que me senti no período da pandemia, momento em que tive o privilégio e a oportunidade de dar mais atenção à minha saúde e praticar atividades físicas, abandonando o sedentarismo.
Com a necessidade do distanciamento social, logo no início da pandemia da Covid-19, em março de 2020, eu passei a trabalhar na minha casa. O que parecia, a princípio, ser algo temporário, foi se estendendo, e, então, tive que me adaptar a uma nova rotina.
Foi um período muito difícil, de medo da contaminação, de isolamento, de cansaço físico e mental devido às diversas demandas domésticas e do trabalho. O confinamento em casa me sufocava, eu me sentia presa, sem ter opção de outro lugar para onde ir e o que fazer.
Quando o mundo parecia que tinha parado, eu me coloquei em movimento.
Já no meio do ano, decidi, então, começar a sair todos os dias de manhã para caminhar na rua. Acreditei que era uma boa ideia para fazer uma atividade física, evitar ficar sentada o dia todo no computador, e sair de casa, ainda que por pouco tempo. Andar pela rua, ao ar livre, parecia também uma opção mais segura. Eu saía sozinha, não tinha contato próximo com outras pessoas, usava máscara o tempo todo, então me sentia tranquila.
Com o passar do tempo, fui descobrindo o poder do caminhar, em como me distraía, me distanciava dos maus pensamentos, me dava prazer e bem-estar. Eu sempre tive muita dificuldade em praticar atividades físicas, muito por conta da falta de incentivo para os esportes, que não tive com qualidade ao longo de minha formação escolar. E também pela forma como nos submetemos às práticas, com discursos sobre excesso de peso, sobre padrões inalcançáveis do corpo e, por isso, me parecia uma obrigação, um fardo e eu sempre acabava abandonando qualquer tentativa de sair do sedentarismo.
“Participei pela primeira vez de uma corrida de rua. Saí de casa em um sábado às 6h para ir ao parque percorrer 4 km”
©arquivo pessoal
Quando tomei o gosto pela caminhada, me desafiei a começar a correr às vezes, aos poucos. A necessidade de sair de casa me fez manter a rotina, me deu ritmo, e isso é muito importante para continuar qualquer prática.
No fim de 2020 descobri que no meu bairro tem um centro esportivo que oferece aulas de corrida. Me inscrevi e comecei a frequentar. O acompanhamento profissional, os exercícios de preparação, as aulas semanais me deram mais consciência corporal, senti uma evolução na prática, melhor condicionamento físico. Finalmente encontrei um esporte que gosto de praticar!
Antes do início da pandemia eu nunca imaginaria que ia acordar para correr às 7h. E já faz um ano que frequento as aulas neste horário. No passado eu até julgava quem se dispunha a isso e hoje entendo como é prazeroso. Além dos benefícios para minha saúde física e mental, é bom socializar e estar em contato com outras pessoas que compartilham do mesmo hábito.
Agora no fim do ano participei pela primeira vez de uma corrida de rua. Saí de casa em um sábado às 6h para ir ao parque percorrer 4 km. Me senti vitoriosa em vários sentidos.
Primeiramente porque sou uma sobrevivente de uma pandemia que, infelizmente, fez mais de 600 mil vítimas no país.
Também porque venci meus medos, minhas dificuldades, minha preguiça. Não estou buscando títulos, medalhas, nem pretendo ser uma superatleta a essa altura da vida, mas me sinto motivada a continuar. O importante é estar em movimento.
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