8 motivos para votar em conselheiros tutelares progressistas 

Eleições para Conselhos Tutelares ocorrem nesse domingo (1) em todo Brasil. Colunista Luciana Bispo lista 8 motivos para votar.

29|09|2023

- Alterado em 17|05|2024

Por Luciana Bispo

Olá, sou Luciana Bispo, assistente social e Ialorixá. Muitos me conhecem como Luciana de Oyá. Sou uma defensora do direito das crianças e das infâncias nas periferias de São Paulo (SP). Lidero a Associação Lar Maria & Sininha, que está localizada no bairro Jardim Mata Virgem, zona sul de São Paulo, e tem estado ativa por mais de três décadas.

Nosso espaço acolhe crianças e adolescentes da região por meio da promoção de atividades culturais, educacionais e de lazer. Além disso, apoiamos suas famílias por meio da distribuição de cestas básicas, um projeto de horta comunitária e oferecemos formações para as mães.

Com a chegada das eleições para os Conselhos Tutelares em todo o Brasil, que acontecerão no próximo domingo (1), das 9h às 17h, tenho me dedicado a convencer as pessoas sobre a importância do voto. Em um vídeo divulgado em minhas redes sociais, destaquei que a população precisa de atenção e mobilização neste momento.

Isso é sobre termos cuidado conosco e com a nossa Egbé (palavra iorubá que também pode ser compreendida como ‘comunidade’). Existe um aparelhamento dos conselhos tutelares e uma intolerância religiosa que está impregnada neste aparelhamento. E é para nos defender que temos que votar”

Como votar?

Todas as pessoas com mais de 16 anos que tenham título de eleitor podem participar dos processos de escolha de sua zona eleitoral, é só aparecer no dia e no lugar correto de votação com os documentos em mãos.

Para te inspirar a cumprir esse dever cívico no próximo domingo, listo 8 pontos de atenção para manter no radar.

Confira!

8 motivos para votar em conselheiros tutelares progressistas

1

O voto é uma maneira de zelar pelos  direitos humanos de crianças  e adolescentes. Votar significa  ser um agente do direito em favor dessa população, que ainda precisa tanto de nós, adultos.

2

Combater o aparelhamento  dos conselhos. Participar  ativamente é evitar que grupos  políticos partidários e religiosos atuem de acordo com seus interesses.

3

É mais uma forma de enfrentar o racismo nas creches, escolas municipais de educação infantil e de ensino fundamental. Escolher as pessoas certas ajuda a garantir, promover e cobrar o cumprimento de leis como a 10.639, sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, além de aumentar as possibilidades para denunciar abusos. 

4

Via Conselho Tutelar, podemos apontar as violações de direitos, como a falta de creche, espaços de lazer e a precariedade nos serviços de saúde infantil.

5

Você ajuda a enfrentar a intolerância religiosa. É fundamental que o direito de credo das crianças e suas famílias seja verdadeiramente respeitado, assim como é urgente denunciar as violações. 

6

Defender o atendimento de qualidade às crianças e adolescentes nos conselhos tutelares. Este público precisa ser lido, efetivamente, como prioridade, sendo recebido com escuta ativa, atenção  e respeito.

7

Fazer a representatividade acontecer na prática. É o nosso dever escolher representantes que contemplem a diversidade nos espaços de educação, cultura, e lazer.

8

Votar em quem tenha, de fato, empenho  e dedicação  no exercício  da função.

Luciana Bispo Luciana Bispo é assistente social e Ialorixá. Defensora do direito das crianças e das infâncias nas periferias, lidera a Associação Lar Maria & Sininha, localizada no bairro Jardim Mata Virgem, zona sul de São Paulo (SP).

Os artigos publicados pelas colunistas são de responsabilidade exclusiva das autoras e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Nós, mulheres da periferia.

Larissa Larc é jornalista e autora dos livros "Tálamo" e "Vem Cá: Vamos Conversar Sobre a Saúde Sexual de Lésbicas e Bissexuais". Colaborou com reportagens para Yahoo, Nova Escola, Agência Mural de Jornalismo das Periferias e Ponte Jornalismo.

Os artigos publicados pelas colunistas são de responsabilidade exclusiva das autoras e não representam necessariamente as ideias ou opiniões do Nós, mulheres da periferia.