Autismo e maternidade nas periferias

TEA é a sigla para Transtorno do Espectro Autista, um distúrbio no neurodesenvolvimento.

Ele é caracterizado, entre outras coisas, por dificuldades na comunicação, na linguagem e na interação social. Além de padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, e uma gama estreita de interesses.

O TEA começa na infância e persiste na adolescência e na idade adulta. Na maioria dos casos, as condições são aparentes já nos primeiros cinco anos de vida. Por volta dos 18 meses já é possível realizar uma avaliação com um profissional especializado.

“Eu achava estranho que o Luís se comunicava diferente. E eu ficava vendo que ele não parecia com as outras crianças” 

Luciana Viegas, professora de educação inclusiva e mãe do Luís

Assim como o filho, Luciana também é autista, mas recebeu o diagnóstico já adulta.

A empresária Elaine Silva descobriu o que é o autismo no cotidiano junto ao filho, Augustus.

“O autismo é entender a pessoa, entender a criança. É perceber o ser humano, é olhar muito mais o que tem dentro do que do que tem fora.” 

Elaine Silva, empresária e mãe do Augustus 

Poliana Martins ocupa dois papéis: é mãe de criança com autismo e divulgadora científica sobre o tema

Ela conta que o TEA afeta toda a dinâmica familiar, porque a criança “tem dificuldade com ambientes, com ruídos, com texturas de comida, com com cheiros”.

Muitas vezes, digitar autismo no Google pode ser fonte de angústia. Em quem confiar? O que ler? A quem perguntar?

Como e onde buscar informações?

A ciência é a resposta-chave para todas essas perguntas, já que as pesquisas e estudos realizados ao longo dos anos podem fortalecer políticas públicas, melhorar práticas profissionais e também a qualidade de vida de crianças pequenas.

Embora haja um crescente número de páginas e produtores de conteúdo sobre desenvolvimento infantil, como profissionais, influenciadores e blogueiros, muitos não se baseiam em evidências científicas e acabam gerando desinformação.

Mas o amplo acesso à internet e a existência de grupos de apoio e discussão são importantes. Quando as mães ouvem outras famílias em situação parecida, se sentem acolhidas

As intervenções psicossociais e programas de treinamento de habilidades para pais, mães e outros cuidadores, podem reduzir as dificuldades de comunicação com impacto positivo no bem-estar e qualidade de vida das crianças.

Do que minha criança precisa?

É muito popular a adoção das abordagens terapêuticas: Análise Aplicada do Comportamento (conhecido como método ABA) e Terapia Cognitivo-Comportamental. Frequentemente, as terapias são combinadas com remédios para tratar condições associadas. 

Em 2015, foi sancionado o Estatuto da Pessoa com Deficiência com um capítulo só para o direito à saúde. Ficou assegurada atenção integral à saúde da pessoa com deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio do SUS.

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