Escritora Geni Guimarães é a homenageada da Balada Literária 2020

"Se o Brasil não conhece Geni Guimarães, algo está errado com o Brasil”, é o que pensa e disse o escritor Marcelino Freire. Idealizador e organizador da Balada Literária, Marcelino define o formato online da 15ª edição como um abraço solidário, que  acontecerá de 3 a 7 de setembro

Por Redação

02|09|2020

Alterado em 02|09|2020

“Se o Brasil não conhece Geni Guimarães, algo está errado com o Brasil”, é o que pensa e disse o escritor Marcelino Freire. Idealizador e organizador da Balada Literária, Marcelino define o formato online da 15ª edição como um abraço solidário, que  acontecerá de 3 a 7 de setembro.
“Cada atração será aberta por um profissional dos bastidores, como camareira, iluminador, técnico de som. Dessa maneira, a Balada Literária, como um todo, abraçará os profissionais, descobertos pela pandemia, que fazem eventos assim acontecer”, diz o escritor.
Totalmente virtual, com encontros transmitidos pelos site (www.baladaliteraria.com.br), a festa homenageia Geni Guimarães e traz nomes como Conceição Evaristo, Márcia Tiburi, Juraci Tavares, Douglas Machado, Sidney Santiago Kuanza, Zezé Motta, Miriam Alves, Gabi da Pele Preta, Esmeralda Ribeiro, Aza Njeri, Luz Ribeiro, Cátia de França, Ricardo Aleixo, Daniel Munduruku e Eliane Potiguara.
A Homenageada do ano é Geni Guimarães, autora de 10 livros de poemas, contos e infantis. Recebeu prêmio Jabuti por “A cor da ternura”, nasceu em 1947 e é ativista desde o início dos anos 1980. Numa época em que não se colocavam tais assuntos como responsabilidade de todos, debateu literatura negra, feminismo e construiu sua obra como forma de libertação em busca de deixar uma voz que ainda hoje é pouco ouvida.
“Insisto que faremos uma festa ‘presencial’. Porque estaremos presentes. Marcando ‘presença’ na casa das pessoas. Será um abraço solidário em cada leitor e leitora. Desde 2006 realizamos o evento anualmente de forma ininterrupta. A nossa luta é manter a Balada de pé, porque precisamos de ações propositivas. A Balada sempre foi feita com amor e teimosia e enfrentamento”, diz Marcelino.

“Se o Brasil não conhece Geni Guimarães, algo está errado com o Brasil”, afirma Marcelino Freire. 

A Balada Literária contará com aulas, conversas, shows, exibição de filmes e saraus unindo autores brasileiros a autores africanos. Para finalizar cada dia, um encontro no Zoom reunirá participantes e o público com leituras e temáticas pré-definidas, a exemplo do já tradicional “Sarau Transversal” de temática LGBTQI+.
A abertura, marcada para o dia 3 de setembro, será às 19h, com show da pernambucana Gabi da Pele Preta, exibição do documentário “Geni Guimarães”, dirigido por Day Rodrigues, e mesa com a diretora, a homenageada, Conceição Evaristo e a bibliotecária Bel Santos Mayer.

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Making of do documentário produzido por Day Rodrigues sobre Geni Guimarães

©Assessoria de imprensa


Para fazer o filme, Day passou dois dias com a autora na cidade de Barra Bonita, no interior do estado, onde colheu cenas do cotidiano, marcadas pela presença familiar, irmãos, filhos, sobrinha, netos, relembrando objetos do passado, recitando seus poemas e reunindo depoimentos de uma trajetória.
“Onde estão seus livros que não chegaram em todos os brasileiros? Ela diz uma coisa que me marcou sobre o processo que os negros precisam passar para encontrar sua voz, os não-brancos, como ela chama. Durante este processo do documentário já vejo o quanto ela me libertou, de uma voz literária acadêmica que eu sempre busquei e que agora não faz mais sentido”, conta Day. No filme, Geni fala ainda sobre a amizade com Conceição Evaristo.
Para ver a programação completa, acesso o site www.baladaliteraria.com.br
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