Guiné é um curta-metragem realizado como projeto de conclusão de curso de alunos do curso de cinema da Universidade São Judas, na Zona Leste de São Paulo.
A produção é inspirada na erva de mesmo nome conhecida por trazer proteção, limpeza e abertura de caminhos. O curta traz o encontro entre dois personagens: Guiné e Zé, simbolizando relações humanas, espiritualidade, amor, afeto e ancestralidade.
Guiné trata de questões como a luta contra a transfobia, o racismo e a intolerância religiosa, apresentando uma personagem preta e travesti em um lugar de poder.
“Nós buscamos estar na contramão da estrutura social pautada no status quo, que geralmente estereotipa e normatiza a presença desses corpos, sempre à margem da sociedade“.
Sheila dos Anjos, diretora do curta.
“Assim que eu fui conhecendo a personagem também quis passar esse fortalecimento em sua essência, pensar em tratar da transsexualidade foi algo natural, foi quase como se a personagem aparecesse para mim.”
Danilo Cica, roteirista de Guiné
Bolsistas integrais na faculdade, os jovens arrecadaram verba para produção do filme por meio de rifas, sorteios e doações, além de equipamentos concedidos pela Universidade.
“Isso foi essencial, já que o aluguel(dos equipamentos) possui um valor alto e ainda tínhamos outras questões para arcar, como o pagamento da locação, cachê do elenco, alimentação e transporte.”
Reforça, Sheila.
A escolha do elenco foi feita pelas redes sociais. A partir de indicação de amigos chegaram à Christina Martins.
O curta foi a primeira experiência de Chris como atriz, que captou a essência da personagem e a repassou para as telas.
Em maio, Guiné foi premiado no Festival de Paris (@pariscinemaawards) como melhor filme LGBT do mês e agora concorre ao prêmio anual. Também foi selecionado para o Festival LGBTQ+ (@riolgbtqia), no Rio de Janeiro.
"Sou uma pessoa de minoria: gay e preto. Ver Guiné alcançar esses espaços reafirma tudo isso e me traz confiança para lutar por outras histórias”, finaliza Danilo.