BEATRIZ NASCIMENTO: quilombo é uma palavra que tem história

Maria Beatriz Nascimento nasceu em julho de 1942, em Aracaju, no Sergipe.

Oitava em uma família de nove irmãos, a família nordestina migrou para o bairro Cordovil, no subúrbio do Rio de Janeiro.

Aos 28 anos, Beatriz começou a cursar história na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ela também fez especialização na Universidade Federal Fluminense (UFF) e fez parte do corpo discente do curso de mestrado em Comunicação Social da UFRJ.

Durante sua vida foi historiadora, professora, roteirista e poeta, além de uma importante voz no ativismo pelos direitos humanos de mulheres e negros.

Ela começou sua militância, participando e propondo discussões raciais, especialmente no meio acadêmico.

Em suas pesquisas, Beatriz investigou, durante 20 anos, as formações dos quilombos no Brasil, sendo uma das maiores pesquisadoras sobre o tema.

"Quilombo é uma história. É uma palavra que tem história"

Beatriz Nascimento

Entre as décadas de 70 e 80, esteve presente na retomada dos movimentos sociais negros, mantendo vínculo com o Movimento Negro Contra a Discriminação Racial, hoje chamano Movimento Negro Unificado.

Ela também foi autora e narrou o filme e documentário Ori (1989), de Raquel Gerber, um de seus trabalhos de maior reconhecimento, que conta a trajetória dos movimentos negros no Brasil entre 1977 e 1988, tendo os quilombos como ideia central.

Documentário O negro da senzala ao soul (1977)

Em 1995, aos 52 anos, Maria Beatriz foi vítima de feminicídio. Tinha aconselhado uma amiga a largar o companheiro após diversas incidências de violência doméstica. Ele a baleou com cinco tiros, por entender que ela interferia em sua vida privada.

Para preservar sua memória e seus escritos, em 2021 foi publicado o livro Uma história feita por mãos negras, organizado por Alex Ratts.

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TEXTO: AMANDA STABILE