ALMERINDA FARIAS GAMA e a luta pelos direitos das mulheres
Nascida em 16 de maio de 1899, em Maceió, Almerinda Farias Gama mudou-se para Belém (PA) após a morte do pai, ainda criança.
Ela foi criada por suas tias e chegou a trabalhar como datilógrafa e escreveu crônicas para o jornal A Província.
Almerinda se casou e teve um filho, porém o perdeu na infância e, pouco depois, perdeu o marido vítima de tuberculose, em 1926.
Pouco tempo depois, em 1929 se mudou para o Rio de Janeiro quando soube que seu colega recebia 50% mais pelo mesmo trabalho que ela executava.
Lá ela se formou advogada, e se envolveu por completo nas lutas políticas e feministas.
Também se inseriu no mercado de trabalho e em pouco tempo se tornou presidente do Sindicato dos Datilógrafos e Taquígrafos.
Como líder sindical, apoiou Bertha Lutz, presidente da Federação Brasileira Pelo Progresso Feminino e figura engajada na conquista do direito ao voto pelas mulheres.
Como representante classista, foi indicada, em 1933, pelo Sindicato dos Datilógrafos e Taquígrafos e pela Federação do Trabalho do Distrito Federal para Câmara Federal.
Assim, se tornou a única mulher a votar como delegada dos representantes classistas na eleição para Assembleia Nacional Constituinte que elaboraria uma nova Constituição para o Brasil.
Em 1934, concorreu pelo Distrito Federal - então localizado na cidade do Rio de Janeiro - nas eleições parlamentares.
Nos panfletos se descrevia como “advogada consciente dos direitos das classes trabalhadoras, jornalista combativa e feminista de ação”. Mas acabou não sendo eleita.
Mesmo assim, permaneceu na política durante algum tempo. Foi dirigente do Partido Socialista Proletário do Brasil, surgido durante os trabalhos da Assembleia Constituinte e que durou até a instauração do chamado Estado Novo, em 1937.