Quem foi Antonieta de Barros?

Antonieta nasceu em 11 de julho de 1901, em Florianópolis, em Santa Catarina. Sua mãe, Catarina, era lavadeira e em seu registro não constava o nome de seu pai.

Créditos: UFMG/reprodução

Desde pequena, ela sempre esteve rodeada pela política. Sua mãe trabalhava na casa do político Vidal Ramos e seus irmãos eram ativistas de organizações negras nos anos 1920.

A mãe de Antonieta transformou sua casa em uma pensão para estudantes. Isso incentivou a menina e sua irmã, Leonor, a aprenderem a ler e escrever.

Créditos: Casa da Memória de Florianópolis

 Então, Antonieta cursou o ensino básico e, aos 17 anos, ingressou na Escola Normal Catarinense, onde escreveu para a Revista da Escola Normal e presidiu o Grêmio Estudantil.

Nessa escola, se formou professora e, em 1922, criou o Curso Particular Antonieta de Barros em sua casa, para alfabetizar a população vulnerável.

Diário Catarinense

Além de dar aulas em outras escolas, Antonieta também foi diretora da Escola Normal Catarinense entre 1944 a 1951 - renomeada para Colégio Estadual Dias Velho.

Créditos: Álbum da normalista Maria Carolina Gallotti Kehrig

Ela também foi jornalista e escritora e se destacou pela coragem de expressar suas ideias e falar sobre questões como a condição feminina e o racismo.

Créditos: Biografia Antonieta de Barros

Entre 1922 e 1927, fundou e dirigiu o jornal A Semana, se tornando a primeira mulher negra a trabalhar na imprensa catarinense. Ela também também dirigiu a revista quinzenal Vida Ilhoa, em 1930, e escreveu artigos para jornais locais.

Créditos: Biografia Antonieta de Barros

Em 1937, foi a primeira autora negra a publicar um livro em Santa Catarina, o Farrapos de Ideias – sob o pseudônimo de Maria da Ilha.

No âmbito político, Antonieta participou da primeira eleição em que as mulheres puderam votar e se candidatar, em 1934. Ela concorreu para uma das vagas de Deputada Estadual à Assembleia Legislativa catarinense como suplente de Leônidas Coelho de Souza.

Créditos: Museu da Escola Catarinense

Eleitos, Leônidas não tomou posse porque foi nomeado prefeito de outra cidade. Assim, Antonieta assumiu a titularidade e foi a primeira deputada mulher e negra do país.

Créditos: Acervo familiar

Após o período do Estado Novo, Antonieta foi novamente eleita deputada estadual suplente (1947 — 1951), mas assumiu o mandato em junho de 1948. Novamente, foi a única mulher no parlamento do estado.

Créditos: Memorial Antonieta de Barros

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TEXTO: AMANDA STABILE