Para a doméstica, restam as sobras

A telha da ampliação da casa. Roupas e sapatos de marca que não querem mais Comida do restaurante chic. Elevador de serviço. O quartinho lá nos fundos. Recados na geladeira. Um eletrodoméstico que não usam mais. As palavras meio tortas. Relações “como se fosse da família”. A limitação de circulação entre os cômodos. A casa […]

Por Semayat S. Oliveira

12|03|2015

Alterado em 12|03|2015

A telha da ampliação da casa. Roupas e sapatos de marca que não querem mais Comida do restaurante chic. Elevador de serviço. O quartinho lá nos fundos. Recados na geladeira. Um eletrodoméstico que não usam mais. As palavras meio tortas. Relações “como se fosse da família”. A limitação de circulação entre os cômodos. A casa grande e a piscina para os filhos brincarem quando os patrões viajam.
A mulher que é chamada de empregada até que agradece, sem saber o tanto mais que ela tem por direito, por dever de quem a “emprega”.
E para ela continua sobrando as contas a pagar.  O aluguel para manter. A compra do mês para fazer. O dinheiro da condução.  Pouco tempo. Filhos para educar. A outra casa para limpar. As legislações não aplicadas. Benefícios não recebidos.
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Créditos: Rosino (Flickr)