Mulheres de Jova Rural criam associação e conquistam equipamentos públicos para o bairro

  Em 1994, Maria Elisa Santana de 56 anos e um grupo de dez mulheres do bairro Jova Rural, zona norte de São Paulo, criaram uma associação na garagem de Maria Elisa para melhorar a infraestrutura da região. Hoje, a Associação de Mulheres Amigas de Jova Rural cresceu e tem sede própria com diversas salas. “Quando cheguei […]

Por Redação

07|04|2015

Alterado em 07|04|2015

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Associação Mulheres Amigas de Jova Rural – Crédito: Aline Kátia


 
Em 1994, Maria Elisa Santana de 56 anos e um grupo de dez mulheres do bairro Jova Rural, zona norte de São Paulo, criaram uma associação na garagem de Maria Elisa para melhorar a infraestrutura da região. Hoje, a Associação de Mulheres Amigas de Jova Rural cresceu e tem sede própria com diversas salas.
“Quando cheguei aqui havia somente duas escolas, uma creche e um centro cultural sem muita utilidade. O  bairro tinha uma população de baixa escolaridade, na sua maioria mulheres chefes de família, baixa renda”, explica Maria Elisa.
Para contar a história desta associação, primeiro vamos falar um pouco da história do bairro Jova Rural. Localizado no extremo norte de São Paulo, ele fica próximo ao famoso bairro do Jaçanã. O bairro surgiu por volta dos anos 80, quando parte das terras foi desapropriada pelo estado, por intermédio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). O lugar recebeu um imenso conjunto habitacional, que herdou o mesmo nome da parte desapropriada. Com o tempo o local foi recebendo mais conjuntos, mas até hoje o nome rural faz jus ao bairro que ainda possui muitas áreas verdes da CDHU, ainda sem construções.
Maria Elisa conta como eram as primeiras moradias, e as características decisivas na escolha do nome da região. “O bairro foi entregue as famílias no ano de 1989, a área foi desapropriada pelo governo Orestes Quércia para iniciar construção a princípio com 905 casas estilo padrão dois cômodos e um banheiro e área para construir, pois o terreno possuía metragem que permitia a quem pudesse a ampliação de seu imóvel. Os primeiros moradores e frequentadores do movimento dessas moradias contaram que a área possuía árvores frutíferas e pastagens de animais com pequenos sítios dando características rurais. Por isso, denominou-se o nome Jova Rural, diz-se que Jova = bairro novo + Rural = condições da região”, explica.
A Associação cresceu junto com o bairro e participou da conquista de equipamentos públicos escolas, o CIC – Centro de Integração à Cidadania e a Fábrica de Cultura do Jaçanã. Além disso, conquistaram um terreno para a construção de uma UBS – Unidade Básica de Saúde, cujo processo tramita desde 2002 na Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. Apesar de não haver nada visível no terreno, atualmente a obra aparece com andamento de 32,5% no site do Plano de Metas 2013-2016 da prefeitura municipal de São Paulo.
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Coral de idosos na festa de aniversário dos 20 anos da Associação – Crédito: Aline Kátia


A presidente destaca a importância do CIC – Centro de Integração à Cidadania e da Fábrica de Cultura do Jaçanã. “Ele demorou a sair do papel porque o terreno era acidentado, mas quando abriu foi apelidado de “Poupa Tempo” pela nossa população, pois oferta muito serviços como emissão de RG e carteira profissional”.
Como missão, a entidade quer investir na formação de futuras gerações promovendo a educação, a cultura e a assistência à mulher, à criança, ao adolescente e à família; garantindo o exercício de sua cidadania e propiciando o desenvolvimento comunitário. Atualmente é uma entidade civil e organizada, sem fins lucrativos, desenvolvendo projetos sociais com atividades sócio assistenciais, psicossociais e educativas, para uma população de baixa renda e em situação de vulnerabilidade e risco, oferecendo ferramentas para que a comunidade alcance o pleno rigor de sua cidadania e desenvolvimento social.
Segundo Maria Elisa, a comunidade continua lutando e aguarda: a construção da UBS, uma praça com área de lazer, melhora do transporte público, que é precário e a legalização do bairro com os processos de escrituras para as famílias. “Isso é um compromisso de todos. Muito já se fez, muitos fizeram e muito mais haveremos de fazer nessa busca de qualidade de vida melhor para todos!”, finaliza.