Evento discute papel da mulher da periferia na produção cultural de SP no sábado, 31

“No dia das bruxas, vai ter muita bruxaria”. É a chamada do evento Ser Vi Elas – mulher e arte na periferia, que acontece no próximo sábado, 31/10,  na praça Horácio Sabino, da Rua Alves Guimarães, em Pinheiros (zona oeste). Gratuito, o evento vai contar com diversas atividades de literatura, música, teatro, artesanato, cinema, dança e […]

Por Jéssica Moreira

27|10|2015

Alterado em 27|10|2015

“No dia das bruxas, vai ter muita bruxaria”. É a chamada do evento Ser Vi Elas – mulher e arte na periferia, que acontece no próximo sábado, 31/10,  na praça Horácio Sabino, da Rua Alves Guimarães, em Pinheiros (zona oeste). Gratuito, o evento vai contar com diversas atividades de literatura, música, teatro, artesanato, cinema, dança e graffite produzidas por mulheres. O espaço é público e mulheres que queiram expôr seus trabalhos de artesanato, roupas, comida, CDs, livros, fanzines também são bem vindas. (Veja abaixo a programação completa)
Organizado pelo Coletivo Ser Vi Elas, essa será a primeira edição do evento, que está sendo construído por mulheres de diversas regiões da capital paulista. “Deixamos o espaço livre para intervenções e opiniões no próprio evento, para construirmos um ambiente virtual agradável, representativo e inclusivo. Escolhemos o dia 31 para resignificar essa data, o Halloween não tem nada que lembre a inquisição e acredito que nós aqui no Brasil não temos culturalmente essa data, mas vamos lembrar das mulheres, das bruxas que ainda vivem”, explica Pamela Espertirina, uma das co-fundadoras do Ser Vi Elas.
Leia mais: Jornalista pesquisa literatura produzida por mulheres da periferia
Foram em rodas de sarau de São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo, que em 2013 um grupo de meninas passou a discutir também a questão de gênero, ou seja, as desigualdades ainda existentes entre homens e mulheres.  “Vi que varias manas estavam se incomodando com isso [questão de gênero dentro do sarau] e decidi juntar todas nós e formar um coletivo, que a principio seria uma ‘vertente’ no sarau, mas acabou se transformando um grupo independente”, conta Pam.
O objetivo do coletivo é discutir como é a mulher da periferia, assim como refletir sobre como o machismo e a misoginia* ainda permeiam até mesmo os coletivos artísticos da cidade de São Paulo.  Uma das práticas do coletivo é trazer exemplos de mulheres que atuam em coletivos da periferia para a roda de debate, para assim criarem suas próprias opiniões, assim como posicionamentos na vida política, social e afetiva.
“Acredito que depois que as mulheres se colocaram no papel principal de suas vidas, nos vemos mais nas cenas da arte, o que não acontecia até um tempo atrás. Hoje, somos (em alguns saraus) maioria, acho lindo isso. Também gerou uma união entre nós dentro e fora do coletivo, nos fazendo entender que nós, mulheres, não somos inimigas e temos uma união e irmandade”, explica Pam.
Confira abaixo a programação completa abaixo.
*misoginia: ódio/aversão às mulheres/ ao gênero feminino. 
Programação completa
13h – Abertura com participação da MC Luana Hansen
13h30 – Exibição do documentário Mucamas, do coletivo Nós, Madalenas (sobre domésticas moradoras da periferia de São Paulo)
14h15 – Roda de conversa sobre a vivência da mulher nas suas variedades (como você se desenvolveu e desenvolve no que faz, como o machismo e a misoginia influencia na sua vivência e como é desenvolver arte na periferia
15h – Sarau (abertura com Tati Botelho)
18h – Encerramento com a rapper Bê O

Serviço
Evento: Ser Vi Elas – mulher e arte nas periferias
Data: 31/7
Horário: a partir das 13h
Quanto? Gratuito e para todos os públicos
Local: Praça Honoário Sabino (Rua Alves Guimarães, 1511, Pinheiros, zona oeste – São Paulo)
Interessadas em apresentar atividades artísticas, entrar em contato com a organização do evento por meio da página do Facebook (clique aqui).