Créditos: William Ferris
Neste livro, a autora aborda os aspectos internos e o caráter estrutural do colorismo. Também trata sobre suas implicações no mundo do trabalho e na dinâmica das relações de poder, a fim de deixar nítido que a mestiçagem e sua origem violenta continuam repercutindo e exercendo forte papel no país.
Bianca Santana inicia o livro afirmando que: "tenho 30 anos, mas sou negra há dez. Antes, era morena". É assim que começa a relatar uma série de experiências pessoais ou ouvidas de outras mulheres e homens negros. Ela também denuncia o racismo velado de nossa sociedade, bem brasileiro, de alisamentos no cabelo, opressão policial e profissões subjugadas.
Partindo de sua própria experiência, neste livro publicado originalmente em 1983, a autora conecta, pela primeira vez, a psicanálise com a questão racial. Ela também analisa uma série de depoimentos dados a ela, assinalando neles as consequências brutais do racismo e da introjeção do padrão branco como o único caminho de mobilidade social para o negro.
A antropóloga traça um panorama histórico de um país marcado por um tipo de racismo muito peculiar, que é negado publicamente, praticado na intimidade. Também joga luz sobre teorias fundamentais para entender a complexidade de uma nação miscigenada e com tantas nuances.
Nem preto nem branco, muito pelo contrário, de Lília Moritz Schwarcz
Em seu primeiro livro, de 1952, o psiquiatra caribenho apresenta uma interpretação psicanalítica da questão negra, com a motivação de desalienar os negros do complexo de inferioridade que a sociedade branca lhes introduz desde a infância – uma inferioridade associada à cor da pele.