Há poucas informações sobre Maria Felipa, essa personagem que habita a memória e as tradições orais.
Não se sabe ao certo, por exemplo, a data em que nasceu, apenas que cresceu na Ilha de Itaparica, na Bahia.
Maria Felipa foi uma mulher negra, escravizada liberta, que fazia muitas coisas pela subsistência: catava mariscos, fazia pães e preparava quitutes para vender em feiras locais.
Ela liderou um grupo de 200 pessoas, entre mulheres negras, índios tupinambás e tapuias, para lutar contra os soldados portugueses que atacavam a ilha.
A resistência queimou inúmeras embarcações portuguesas, diminuindo o poder dos colonizadores no decorrer da batalha.
Depois, usando facas de cortar baleia, peixeiras, pedaços de pau e galhos com espinhos como armas, eles enfrentaram os portugueses.
Maria Felipa ainda organizou o envio de mantimentos para o Recôncavo, e as chamadas “vedetas” que eram vigias nas praias para prevenir o desembarque de tropas inimigas, além de participar ativamente de vários conflitos.
Após a independência da Bahia, Felipa ainda se manteve à frente das reivindicações da população.
Na primeira cerimônia de hasteamento da bandeira nacional na Fortaleza de São Lourenço, em Ponta das Baleias, por exemplo, seu grupo invadiu a armação de pesca de um português abastado.
Fizeram isso para evidenciar que as lutas da população itaparicana não haviam terminado e demonstrando a hostilidade que havia entre a população brasileira e os portugueses.