Ela é reconhecida como a primeira travesti da história do Brasil.
Já ouviu falar de Xica Manicongo?
Foi sequestrada do Congo, escravizada e vendida a um sapateiro em Salvador (BA), em meados do século 16.
Assim como os reis e rainhas de sua terra natal, caminhava vestindo um pano sobre a cabeça e não aceitava ordens.
Tais atitudes lhe renderam uma acusação de crime de sodomia à Inquisição da Igreja Católica.
Então, para sobreviver, Xica precisou parar de se vestir como gostava e aderiu às vestimentas tradicionais.
Por muito tempo sua história ficou escondida nos livros pelo nome de batismo, Francisco.
No século 20, a memória de Xica foi ressignificada e abraçada por movimentos sociais.
Em 2010 a ASTRA-Rio (Associação de Travestis e Transexuais do Rio de Janeiro) criou o Troféu Xica Manicongo, que premia iniciativas voltadas à promoção da cidadania de travestis e transexuais.
Falar sobre Xica Manicongo é falar de memória e um jeito de fazer política.
Mulheres trans na política
“É um movimento forjado há longa data, desde Xica Manicongo e com novas reverberações na sociedade atual, inclusive na política”
Erica Malunguinho, Deputada Estadual
“Conseguimos colocar na cabeça da população de pessoas trans que elas podem ocupar todos os espaços”
Keila Simpson, presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra)
“Enquanto uma travesti negra, compreendi que só através das incansáveis movimentações é possível modificar nossa realidade”
Jarda Araújo, estudante de Serviço Social
Para saber mais sobre como mulheres trans e travestis vêm fazendo a diferença na política brasileira, acesse nossa reportagem